Palavras da cidade

.:. prosa .:.

Prefeitura Municipal de Vitória, 1991
32 páginas, 21,7 cm

Vitória, Mundo

O presente volume de Palavras da cidade inicia em nossa Coleção um ciclo dedicado à prosa. Como os volumes anteriores, este traz alguns autores de renome (Bernadette Lyra e Luiz Guilherme Santos Neves, por exemplo) ao lado de outros, inéditos - ou quase. Em ambos os casos, porém, caracteriza esta coletânea o avançado estágio criativo em que se encontram os que dela participam.

Já pertence a tempos imemoriais a época em que os escritores de Vitória se contentavam apenas em admirar com certa inveja, entre contritos e envergonhados, a "grande" literatura praticada, sobretudo, no eixo Rio-São Paulo (e que, em boa parte das vezes, de grande mesmo só tinha o poder de divulgação, ainda nosso maior problema).

Hoje, tendo como suporte, principalmente, os 3 volumes já lançados de Palavras da cidade e a Coleção "Letras Capixabas", da FCAA/UFES, podemos constatar, sem dar a isso uma imprópria e descabida conotação bairrista qualquer, que Vitória já não é mais o quintal cultural de Rio, São Paulo, Minas e Bahia e que pelo menos a literatura daqui é digna de figurar em qualquer antologia nacional que mereça esse nome.

Nesta ilha às margens do Atlântico, os homens e mulheres que produzem palavras para a cidade têm um coração universal, preocupam-se com sentimentos universais e, por falarem de coisas que dizem respeito a todos os homens, deixaram de estar situados no rodapé da literatura brasileira.

Os personagens que habitam as páginas a seguir resultam, indubitavelmente, deste nosso viver ilhado, mas podem ser encontrados em qualquer esquina de Dublin, Nagasaki ou Budapeste, porque Vitória, agora, já tem ares cosmopolitas, tem os olhos postos no mundo.  

Miguel Marvila, editor

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Leia o conto "A ratazana e o ocaso", publicado nessa antologia

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