Aninhanha: uma tragédia do feminino

Andréa Gimenez Mascarenhas

“Se não tiver pecados atire a primeira pedra” (p. 25).

Após uma primeira leitura do romance Aninhanha, do escritor Pedro J. Nunes, algo ficou insistindo para que fosse colocado em palavras. O que da obra causou tal ressonância? Como expressar em palavras, impressões tão vívidas? Um texto forte, impactante, que, como bem coloca Carlos Nejar em sua apresentação da obra, caminha entre Rosa, Clarice, Beckett e Joyce, mas traz a marca do autor, no grito da própria criatura. Ouso acrescentar ainda, Eurípedes e sua Medeia, como um possível ponto de inquietação que fez despertar em mim a dimensão trágica do texto de Nunes. Leia

 

Menino

Marcela Guimarães Neves

O que há de mais precioso que a infância? Não é ela uma riqueza a ser protegida no cofre cerrado da memória? Existiria algo mais infame que a violação dessa fase tão pura da vida? Essas e outras indagações agitam a mente após a leitura do sublime romance Menino, de Pedro J. Nunes.

A cativante história do garoto do interior do Espírito Santo, mais precisamente do município de São José do Calçado, foi levada a público por meio do belíssimo projeto intitulado Nossolivro, organizado pelo jornal A Gazeta, no ano de 2012. Leia

 

Pedro J. Nunes e o livro A pulga e o jesuíta

Luiz Guilherme Santos Neves

Eu tenho a leve suspeita de que se Pedro J. Nunes não fosse escritor seria jesuíta. E se Pedro J. Nunes fosse jesuíta seria da igreja dos Reis Magos de Nova Almeida. E se Pedro J. Nunes fosse jesuíta da igreja de Nova Almeida nem o Marquês de Pombal o teria tirado de lá.

Com esta introdução meio lúdica estou querendo realçar a apego que Pedro J. Nunes tem pela igreja de Nova Almeida. Leia

 

Aninhanha, uma história de amor sem palavras de amor

Karina Fohringer

Em Aninhanha, Pedro J. Nunes abre espaço para as micro-histórias em que se apresenta a celebração do humano, passível de ser reinventado em outro lugar em outro tempo, pois como afirma Schmidt, “onde há sujeitos há desejo, interação, movimento” Leia

 

Menino

Caco Appel

Soube pela primeira vez desse livro (meu Deus, como escrevem esses capixabas!, por mais que eu os leia sempre há mais livros produzidos por eles) quando foi divulgado pelo jornal A Gazeta o projeto da publicação de literatura capixaba encartada em suas páginas. Leia

 

Os medonhos insucessos de Vilarejo e outras histórias

Deny Gomes

Os textos de Pedro J. Nunes — uma novela e quatro contos — reunidos em Vilarejo e outras histórias incluem-se no fluxo da produção verbal artística porque recebem e oferecem contribuições pessoais para o cabedal da Literatura, este misto de convenção tradicional e inovação, esta específica articulação de códigos para representar a realidade, esta concretização de novos e diferentes mundos e tempos na linguagem esteticamente trabalhada. Leia

 

O sábio e o ingênuo 2 - ou o que há de novo sob o céu?

Francisco Grijó

1 Pois então o sábio e o ingênuo continuam juntos. Não se seguram longe um do outro - é uma convivência que mantém acesa a inveja de muita gente. Algo como Holmes e Watson, como Rodgers & Hart. Vejo-os de longe, observo as passadas que são fruto de pausado treino. Tento acompanhar-lhes a disposição, mas os lipídeos e a nicotina impedem. Em vinte minutos estaremos juntos e há um sorriso em mim porque, além do prazer de revê-los, vamos conversar. Não é um sábado, como da outra vez, mas um dia aquecido pelo movimento de muitos ônibus e gente cheia de compromissos. É meio de semana, quarta-feira de um junho que confunde a meteorologia. Uma chuva forte prevista, e até agora o sol incomoda a todos. Menos, é claro, ao sábio, alheio ao que proclama a tecnologia. Leia

 

Aninhanha, de Pedro J. Nunes

Francisco Aurélio Ribeiro

Aninhanha, de Pedro J. Nunes (1962), foi escrito, inicialmente, com o nome de "Maria Trinta Cruzes", na década de 80, tendo sido publicado em 1992, com o nome modificado, assim como o texto. Carlos Nejar, na orelha do livro, diz que a obra "É forte, sabe gritar sombras, pedras e luz. Um ritmo poderoso (...) Aninhanha é um grito. Gritamos juntos". Leia

 

Festa do livro no interior

INTERIORIZAÇÃO - Pedro Nunes comparece a eventos literários no interior sempre que é convocado. “Quando Vilarejo saiu, naquela primeira ediçãozinha com a revista Você, eu, Joca e Reinaldo Santos Neves saímos falando da revista e do livro por todo o interior. Fomos divulgando, juntando a fome com a vontade de comer”. E deu certo. Leia

 

O prazer de escrever e ler

Francisco Aurélio Ribeiro

O Espírito Santo tem se destacado como terra de cronistas (Rubem Braga, Tatagiba, Marcos Alencar, Marzia Figueira, dentre vários), poetas (Geir Campos, Roberto Almada, Sergio Blank, Valdo Motta) e alguns poucos mas bom romancistas (Reinaldo Santos Neves, Luiz Guilherme Santos Neves, Renato Pacheco). Os contistas, embora os haja (Bernadette Lyra, Adilson Vilaça, Marcos Tavares, Francisco Grijó), são pouco expressivos em relação à prodigalidade dos mineiros, por exemplo.

Pedro J. Nunes é um contista de primeira linha. Escritor-revelação, recebeu o prêmio Almeida Cousin, concedido pelo IHGES, por seus dois livros publicados em 1992, Aninhanha e Vilarejo, ambos editados pela SPDC/UFES. Leia

 

Literatura

Ele passou a infância e a adolescência em São José do Calçado, pequena cidade ao Sul do Espírito Santo, onde a família ainda reside. Da vida simples e livre no contato com a natureza que podem levar as crianças nascidas nesses pequenos santuários, o escritor Pedro J. Nunes conta um tanto em Vilarejo e outras histórias, livro que lança logo mais, às 19 horas, em A Edição do Shopping Vitória. Leia

 

O autor revelação

Ele se assina Pedro J. Nunes - o J. de José. Nasceu em São José do Calçado, é autor (consagrado) de Aninhanha, mas seu livro escolhido para o vestibular, já no ano passado, é Vilarejo e outras histórias. O que Pedro considera “bom para os vestibulandos”, já que em sua opinião “Aninhanha causaria sérios problemas a eles. É um livro pouco aceito, foi aceito pelo pessoal que faz Letras. A linguagem é muito elaborada, e caiu nas graças de quem está fazendo pós-graduação, tanto que virou tese, carregou Vilarejo junto, mas é um livro difícil sim”. Já em Vilarejo, escrito em 91, lançado em 92 e que três anos depois passou a fazer parte da lista, a linguagem é menos elaborada, representa a literatura do autor: “Ele é o equilíbrio. O Aninhanha é muito pra lá, muito além do que eu me propunha fazer. E não quero nem além nem aquém. Quero ficar na linha dele”. Leia

 

Contato com o leitor

O tempo que passou como escrivão de polícia valeu como inspiração. No caso de Vilarejo, novela de Pedro J. Nunes, os personagens vieram de outras paragens. De um interior qualquer, com costumes, ranços, grandezas e linguagem bem típicos. Vilarejo sai em forma de encarte do nº 4 da revistaVocê, publicada pela Universidade Federal do Espírito Santo. Vai ser lançada esta noite, às 19 horas, no Cineclube Metrópolis, na Ufes. Leia

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